Browsing by Author "Oliveira, Ana Cristina da Silva"
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- Avaliação da actividade da proteína C E expressão de CD64 nos neutrófilos como marcadores de diagnóstico precoce na sepsisPublication . Oliveira, Ana Cristina da Silva; Ribeiro, Maria Letícia de Sousa; Fidalgo, Teresa de Jesus SemedoIntrodução: Na investigação da fisiopatologia dos distúrbios hemostáticos de doentes com sepsis, a proteína C (PC) tem despertado um interesse particular devido ao seu papel central nos sistemas da coagulação e fibrinólise. Na sepsis há diminuição dos níveis de PC, resultante do aumento de consumo, degradação e/ou diminuição de síntese, e os níveis baixos têm sido apontados como predictores de severidade e grau de disfunção orgânica. Na região promotora do gene da PC (PROC) há dois polimorfismos funcionais, -1654C/T e -1641A/G, que foi demonstrado que condicionam os níveis de PC em indivíduos normais e, mais recentemente, tem vindo a ser discutido o seu papel como factor agravante na sepsis. A expressão do CD64 nos neutrófilos tem sido proposta como um indicador laboratorial de infecção severa e sepsis. O receptor membranar definido pelo anticorpo monoclonal CD64 é um receptor de elevada afinidade para imunoglobulinas (FcγRI) e é expresso nos monócitos maduros e em níveis muito baixos nos neutrófilos não activados. O aumento da expressão do CD64 nos neutrófilos parece ser um marcador sensível de infecção e sepsis. Objectivos: O objectivo principal deste estudo foi analisar, nos doentes com sepsis, alterações precoces dos níveis da PC e da expressão do CD64 nos neutrófilos e pesquisar a sua correlação com a severidade e prognóstico da doença. Foi ainda analisada a correlação entre os polimorfismos, -1654C/T, -1641A/G e -1476A/T na região promotora do gene PROC e os níveis de PC e a severidade da sepsis. Material & Métodos: Trinta e sete doentes com sepsis foram agrupados em 3 grupos, consoante a severidade: 1) sepsis (n = 10), 2) sepsis severa (n = 8), 3) choque séptico (n = 19). Aquando da admissão na Unidade de Cuidados Intensivos (ICU) foram quantificados os níveis de proteína C, fibrinogénio, d-dímeros, procalcitonina e proteína C reactiva e a expressão de CD64 nos neutrófilos (pelas metodologias de citometria de fluxo convencional e do CD-Sapphire). Posteriormente foram pesquisados os polimorfismos da região promotora do gene PROC. Cinquenta voluntários saudáveis foram estudados como grupo controlo para determinação dos níveis de PC, análise do genótipo da região promotora PROC e determinação dos níveis de expressão do CD64 nos neutrófilos. Para análise estatística dos resultados foi utilizado o programa Graph Pad Prism versão 5.00. Resultados: Observou-se uma diminuição dos níveis de PC com o agravamento dos estadios de sepsis (p=0.0018), com níveis mais baixos no grupo de doentes com choque séptico. No grupo controlo verificou-se uma diferença estatisticamente significativa (-16%; p=0.0375) nas médias dos níveis de PC entre os indivíduos com os genótipos TT/AA/AA (116%) e CC/GG/TT (100%). Relativamente aos doentes com sepsis, observou-se uma diferença estatisticamente significativa na média dos níveis de PC entre o grupo do genótipo CC/AA/AA (81%) comparado aos grupos com os genótipos TT/AA/AA (35.5%; p=0.0350) e CC/GG/TT (30%; p=0.0009). A expressão de CD64 nos neutrófilos, por ambas as metodologias, está aumentada nos doentes com sepsis em relação ao grupo controlo (diferença com significado estatístico, p<0.0001); o número de moléculas de CD64 por célula (por citometria de fluxo) aumenta gradualmente com a severidade da sepsis, com níveis mais elevados no choque séptico. Conclusão: Neste grupo de doentes com sepsis, avaliados no momento em que deram entrada na UCI, os níveis de PC e a expressão de CD64 nos neutrófilos permitem confirmar o diagnóstico; o número de moléculas de CD64 /célula correlacionam-se significativamente com a severidade da sepsis, fornecendo uma informação adicional fidedigna para a avaliação da gravidade do quadro clínico. Este estudo confirmou a correlação entre os polimorfismos -1654C/T e -1641A/G da região promotora do gene PROC e os níveis plasmáticos de PC no grupo controlo. No que diz respeito aos doentes com sepsis, embora estes resultados ainda sejam preliminares e o estudo ainda esteja em curso, os genótipos CC/GG, TT/AA e CT/AG parecem estar associados a estadios de maior severidade de sepsis.
