Browsing by Author "Moreira, Joana Mafalda Santos"
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- Dirofilariose em cães e gatosPublication . Moreira, Joana Mafalda Santos; Carmo, Anália Georgina Vital; Vilhena, Hugo Corte RealA Dirofilariose é uma doença parasitária transmitida pelo nemátode da espécie Dirofilaria immitis cuja taxonomia se baseia em critérios morfológicos, biológicos e genéticos. É uma doença de transmissão vectorial, em que parte do desenvolvimento larvar do parasita ocorre nos mosquitos da família Culicidae que são considerados os seus principais hospedeiros intermediários. Os hospedeiros definitivos do parasita são canídeos domésticos como o cão e silvestres como o lobo, as raposas e coiotes. São também hospedeiros definitivos alternativos o gato doméstico e selvagem, mustelídeos, viverrídeos, pinípedes, urso e equídeos. A prevalência da Dirofilariose é mais elevada em locais que favorecem a reprodução dos vectores, nomeadamente em regiões de climas tropicais, subtropicais e regiões temperadas. No entanto, actualmente devido às alterações climáticas, há estudos epidemiológicos que sugerem que a infecção parece estar a disseminar-se para áreas que seriam até há pouco tempos consideradas livres da doença. Em Portugal, os estudos de prevalência efectuados têm determinado que nos cães existe uma prevalência entre os 0 e os 30% e nos gatos uma prevalência que varia entre 1% e 18%. A infecção do hospedeiro definitivo por Dirofilaria immitis ocorre quando as larvas penetram através da solução de continuidade produzida pela picada do mosquito, ocorrendo de seguida migrações subcutâneas torácicas, entrada na circulação venosa e depois passagem para as artérias pulmonares. Da presença dos parasitas nas artérias pulmonares resultam alterações fisiopatológicas que determinam o desenvolvimento de endarterite pulmonar proliferativa que posteriormente podem determinar a desenvolvimento de hipertensão pulmonar e subsequentemente patologia cardíaca, hepática e renal. De acordo com a espécie do animal afectado, as alterações são mais restritas aos pulmões como no caso do gato ou tornam-se sistémicas como no caso do cão. O diagnóstico de infecção por D. immitis tem por base uma cuidadosa recolha de informação durante a anamnese, um exame físico detalhado e a realização de exames complementares de imagem e de alguns testes laboratoriais poderão também ser essenciais não só no diagnóstico como também na avaliação da gravidade da infecção. O tratamento de Dirofilariose, independentemente da espécie, tem como objectivos melhorar a condição clínica do animal e eliminar todos os estadios larvares e parasitas adultos com o mínimo de complicações para o animal. De uma maneira geral, o tratamento da Dirofilariose baseia-se na combinação entre tratamentos adulticidas e larvicidas, para combater os parasitas em diferentes fases da infecção. Antes de se iniciar um regime preventivo em cachorros com mais de 7 meses e em cães adultos, devem ser realizados testes de detecção de Ac, de Ag e de microfilárias, permitindo assim que sejam detectadas infecções sub-clínicas. Nos gatos, a profilaxia deve ser administrada a todos os animais que vivam em regiões endémicas. O controlo da doença em animais, é imprescindível para evitar a transmissão desta zoonose a seres humanos.