Browsing by Author "Henriques, Ana Marta Ramos Marques"
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- Vetores e Doenças Transmitidas por Vetores – Conhecimento e Prática dos Produtores de RuminantesPublication . Henriques, Ana Marta Ramos Marques; Mateus, Teresa Susana LetraPortugal é conhecido pelo clima mediterrâneo e condições ecológicas propícias ao desenvolvimento de um número considerável de artrópodes vetores, sendo estes um problema na saúde animal e pública. Os principais transtornos provocados por estes agentes são a transmissão de doença aos ruminantes e ao Homem, a contaminação alimentar e ambiental provocada com resíduos químicos usados no seu combate, as resistências a ectoparasiticidas e as perdas económicas na exploração resultantes da quebra de produção, infestação do animal e custos em tratamento. Deste modo, a implementação de estratégias de combate aos artrópodes vetores é determinante para reduzir o impacto na saúde animal e na saúde pública, sendo importante os produtores terem conhecimento sobre ectoparasitas, de modo a aplicarem eficientemente medidas de controlo para os mesmos. O estudo tem como objetivo geral avaliar o conhecimento e a prática dos produtores de ruminantes sobre artrópodes vetores e doenças por eles transmitidas, em Portugal. Deste modo, foi utilizado e adaptado um questionário construído por Rocha (1995) e adaptado por Rocha et al. (2006) e Amaral et al. (2012), a 136 produtores de ruminantes a nível nacional. Na análise estatística dos dados foi utilizado o programa The Statistical Package for the Social Sciences, versão 24 (IBM SPSS 24) e recorreu-se a testes, como o qui-quadrado e coeficiente de correlação de Spearman. A maioria dos inquiridos tem mais de 46 anos, possui o quarto ano de escolaridade e é detentor de explorações de pequena dimensão. Os animais têm acesso à pastagem e o objetivo principal da produção é o auto-consumo. Os produtores (92,6%) encontram artrópodes vetores nos ruminantes, no entanto 45,6%, 69,9% e 27,2% não reconhecem o papel do vetor como transmissor de doença aos ruminantes, a outros animais e ao Homem, respetivamente, e 27,2% não desparasita o seu efetivo. A maioria dos produtores que desconhecem os locais do corpo onde os vetores normalmente se encontram nos ruminantes, não os observam no seu efetivo. A maioria desconhece as doenças que os vetores podem transmitir ao efetivo (55,8%) e ao Homem (33,1%), à exceção da febre da carraça. Apesar de os produtores associarem a febre da carraça ao vetor carraça, a maioria desconhece a causa da doença (94,1%), bem como a sintomatologia provocada nos animais (50,7%). Os inquiridos têm consciência da ocorrência de prejuízo originada por artrópodes vetores (66,2%), no entanto a maioria só consegue referir um exemplo concreto desses prejuízos. A generalidade dos produtores não apresentam um conhecimento sólido sobre artrópodes vetores e as doenças que estes transmitem e 84,6% não possuem um protocolo de desparasitação. Não obstante, apenas 52,2% dos produtores gostariam de receber informação sobre a febre da carraça, nomeadamente através dos médicos de família e veterinário. Assim, urge sensibilizar os médicos veterinários para a necessidade de informar os produtores sobre o risco dos artrópodes vetores para a saúde animal e pública, assim como aconselhá-los sobre a melhor forma de proceder à desparasitação e/ou de complementar com outras medidas de controlo adequadas a cada exploração. Uma maior comunicação entre os profissionais de saúde humana e animal e os próprios produtores parece também ser bem vinda.