Sousa, Lia Raquel2015-07-162015-07-162012http://hdl.handle.net/10400.26/9366Introdução: Entende‐se por Défice Cognitivo Ligeiro a fase de transição entre as alterações cognitivas próprias do envelhecimento e o estádio inicial de uma demência. O défice cognitivo ligeiro amnésico caracteriza‐se por défice objectivo de memória, para a idade e nível de escolaridade, mantendo‐se a pessoa sem outras queixas cognitivas ou funcionais e sem critérios para ser considerado demente. Os idosos com défice cognitivo ligeiro têm maior probabilidade de desenvolver quadros demências em curtos espaços de tempo, pelo que é importante intervir precocemente, através de tratamentos combinados, incluindo farmacoterapia e programas de intervenção na cognição. Um programa de intervenção na cognição consiste num conjunto de estratégias e exercícios, implementados com a finalidade de potenciar determinadas áreas da cognição, podendo ser realizados individualmente ou em grupo. Habitualmente são realizados num determinado período de tempo e procuram cumprir determinados objectivos específicos. Estes programas visam capacitar os indivíduos e as suas famílias/cuidadores para conviverem com as alterações cognitivas, dotando‐os de informação e estratégias capazes de melhorar o seu quotidiano. A finalidade deste trabalho centra‐se em: • Contribuir para a criação de guidelines ou manuais de boas práticas no âmbito dos programas de estimulação cognitiva. • Proporcionar maior aporte científico em Enfermagem no que se refere à intervenção – estimular a cognição. O seu principal objectivo é sistematizar o conteúdo de um programa de intervenção na memória para idosos com défice cognitivo ligeiro amnésico. Material e métodos: Para concretizar este estudo utilizou‐se como método a Técnica de Delphi, que consiste num processo estruturado de recolha e síntese de conhecimentos sobre determinado assunto, através de um grupo pré‐definido de peritos no tema, por meio da aplicação de uma série de questionários e de um feedback organizado das opiniões. Para este trabalho utilizou‐se um grupo de 29 peritos, que obedeciam aos seguintes critérios de inclusão: 1)experiência profissional, de pelo menos 2 anos, com idosos com défice cognitivo; e 2) formação na área da enfermagem de saúde mental e psiquiatria, neurologia, psiquiatria ou psicologia. Aos peritos foi enviado um questionário electrónico com os itens propostos no programa de estimulação para assinalarem a sua concordância através de uma escala tipo likert. A concordância positiva estabelecida para este trabalho consiste na soma das respostas “concordo” com as respostas “concordo totalmente”, sendo considerada concordância positiva acima de 70%. Como se obteve concordância positiva em todos os itens na primeira ronda do questionário não foi necessário realizar a segunda volta. Resultados e discussão: Obteve‐se concordância positiva para todos os itens do questionário apresentado aos peritos, sendo que o consenso obtido variou entre moderado (70% ≤ concordância positiva 90%) e forte (90% ≤ concordância positiva ≤100%). O programa consensualizado pelo grupo de peritos é composto por: 8 Sessões de grupo com os idosos – 1 sessão por semana, com duração de 90 minutos cada. 3 Sessões individuais de avaliação com os idosos e familiar/cuidador – avaliação inicial antes do programa, avaliação final após o programa e follow up 3 meses após o fim do programa. 2 Sessões de grupo com os familiares/cuidadores – na 2ª e 6ª semanas do programa. As principais estratégias para a estimulação da memória contempladas no programa são: Abordagem de adaptação funcional: Técnica de validação, Terapia por reminiscências, Programa de apoio aos cuidadores e à família. Abordagem de processo específico: Treino cognitivo (exercícios de estimulação da memória, como a técnica de associação nome/face, exercícios de mnemónicas e de repetições de palavras e números); Compensação com suportes externos e internos (treino de estratégias). Conclusões: O programa proposto revela‐se com uma estrutura adequada aos idosos com défice cognitivo ligeiro amnésico e suas famílias/cuidadores. Os conteúdos que suscitam maior discussão são o informar sobre o défice cognitivo ligeiro e a tipologia do programa. As intervenções que reúnem mais consenso são o ensino e treino de estratégias de compensação de memória e a inclusão da família/cuidadores.porDéfice cognitivo ligeiroMemóriaIdososPrograma de intervenção na memória para idosos com défice cognitivo ligeiromaster thesis