Pereira, Filipe MiguelMaciel, Eloísa Alexandra2015-07-222015-07-222013http://hdl.handle.net/10400.26/9453O estudo aqui relatado inscreve-se no domínio do autocuidado, mais concretamente na reconstrução da autonomia da pessoa com dependência no autocuidado. O autocuidado constitui-se como uma área de extrema relevância para a profissão e disciplina de enfermagem, pelo que o tema emergiu da preocupação que esta problemática tem suscitado na comunidade científica e profissional. O estudo realizado teve por finalidade contribuir para a expansão do conhecimento sobre alguns dos fatores envolvidos na reconstrução da autonomia da pessoa com dependência no autocuidado. Os objetivos centrais que dirigiram o estudo foram: a) caracterizar a dependência no autocuidado na alta; b) avaliar a forma como evoluiu a dependência ao fim de três meses; c) comparar a forma como evoluiu a dependência no autocuidado com o juízo clínico do enfermeiro acerca do potencial de reconstrução da autonomia; e d) explorar as associações entre os fatores que podem influenciar a reconstrução da autonomia e a evolução da dependência, ao fim de três meses. Foi realizado um estudo de perfil quantitativo, do tipo exploratório e descritivo, com carácter longitudinal. A investigação foi desenvolvida nos serviços de medicina do Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/ Vila do Conde, com uma amostra não probabilística de conveniência constituída por 60 pessoas com dependência no autocuidado e respetivos membros da família prestadores de cuidados. Os resultados apurados mostram-nos que, ao fim de três meses, a maioria dos dependentes evoluiu favoravelmente, em termos de nível de dependência no autocuidado, excedendo o juízo clínico do enfermeiro (formulado no momento da alta) acerca do seu potencial de reconstrução da autonomia no autocuidado. Os clientes com evoluções mais favoráveis na sua autonomia no autocuidado foram aqueles com maior envolvimento no seu processo de transição, com maior capacidade para tomar decisões, com uma maior perceção de acesso a recursos da comunidade e com uma atitude mais positiva face ao plano terapêutico que lhes foi proposto. Para além disso, foram pessoas que durante os três meses seguintes ao internamento mais iniciativa tiveram para procurar informação sobre a sua condição de saúde e beneficiaram do apoio de familiares que, mais que os substituir, os desafiam a ser autónomos. Estes resultados indicam-nos a necessidade de não circunscrever as abordagens terapêuticas de enfermagem aos aspetos fisiopatológicos que resultam dos quadros que determinam a instalação de dependência no autocuidado. Palavras-chave: autocuidado, dependência; reconstrução da autonomia; juízo clínico do enfermeiro; transiçãoporAutocuidadoAutonomiaO potencial de reconstrução da autonomia no autocuidado : estudo exploratório acerca da sua concretização numa amostra de clientes, três meses após a alta hospitalarmaster thesis201209250