Soeiro, CristinaMatias, AndreiaAlmeida, Iris Sofia Balbino deMartins, Sara Lúcia Afonso2024-01-222023-09-27http://hdl.handle.net/10400.26/49203Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas MonizA presente dissertação insere-se no âmbito de variáveis associadas ao crime de homicídio cometido por homicidas do sexo feminino nas relações de intimidade. Durante os últimos anos, o homicídio nas relações de intimidade (IPH) tem ganho algum destaque na comunidade científica. No entanto, este é um fenómeno que necessita ser mais estudado. IPH é conhecido como violência letal e a forma mais extrema da violência nas relações de intimidade (IPV). Este estudo tem como objetivo geral a análise dos fatores de risco de IPH, o comportamento homicida e a dinâmica criminal das homicidas. Foram analisados 23 processos de casos de IPH que ocorreram em Portugal entre 2010 e 2021. A análise processual foi realizada a partir de uma grelha desenvolvida com os principais fatores de risco. Os resultados do estudo apontam para a partilha de algumas características sociodemográficas das mulheres homicidas: a média de idades, etnia caucasiana, nacionalidade portuguesa e emprego ativo. Os resultados indicaram que, na sua maioria, a homicida e a vítima mantinham uma relação até à data do crime e que eram maioritariamente cônjuges. O fator de risco identificado nas homicidas de IPH mais prevalente foi o histórico de IPV (91.3%). Em relação ao IPV presente na maioria da amostra, o perpetrador primário foi a vítima do IPH (52.2%). O tipo de violência mais reportada na IPV foi violência psicológica, seguida de violência física. Sobre a arma mais utilizada, esta foi uma faca de cozinha. A maioria das vítimas encontravam-se sob efeito de substâncias (63.6%) aquando da ocorrência do crime. A motivação mais apresentada foi este ocorrer na sequência de uma discussão entre os intervenientes. O local do crime foi maioritariamente no domicílio do casal. No que concerne às condenações, estas foram na sua maioria por “Homicídio Qualificado e Outros” com uma média de 11 anos de condenação.The present dissertation falls within the scope of variables associated with the crime of homicide committed by female perpetrators in the context of intimate partner. Over the past several years, intimate partner homicide (IPH) has attracted some attention from the scientific community. However, this is a phenomenon that must be researched further upon female perpetrators. IPH is known as the fatal and extreme outcome of intimate partner violence (IPV). The general objective of this study is to analyze the risk factors for IPH, homicidal behavior ant the criminal dynamics of homicides. The number of cases analyzed were 23 cases of IPH that occurred in Portugal between 2010 and 2021. The analysis of the processes was performed with a grid developed with the main risk factors. The results of the study point to similarities in the sociodemographic characteristics of female perpetrators: average age, Caucasian ethnicity, Portuguese nationality and active employment. The results indicated that for the most part, the perpetrator and the victim maintained a relationship until the date of the crime and they were mostly intimate. The most prevalent risk factor identified in IPH was the history of IPV (91.3%). Regarding the IPV present in most of the sample, the perpetrator of IPV was an IPH victim (52.2%). The type of violence most reported in IPV was mostly psychological violence, followed by physical violence. About the most used weapon, this was a kitchen knife. Most victims were under the influence of substances (63.6%) at the time of the crime. The most common motivation for the crime was mostly following and argument between the participants. The crime scene was at the couple’s home. Most convictions were for aggravated murder and others with an average of 11 years of conviction.porFatores de riscoIPVIPHMulheresPerpetradoraHomicídios nas relações de intimidade : as mulheres que matammaster thesis203463854