Marçal, Maria TeresaConduto, HelenaFigueiredo, Joana Cardoso Alves de Campos Pinto2016-11-252016-11-252011http://hdl.handle.net/10400.26/16086Mestrado, Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, 2011, Escola Superior de Enfermagem de LisboaO nascimento de um filho é um acontecimento estruturante. Durante o período pós-parto os Pais têm de se adaptar às múltiplas alterações que se lhes colocam a nível físico, psicológico e relacional, decorrentes das modificações impostas à dinâmica familiar pela integração de um novo membro na família. De uma aprendizagem feita em famílias alargadas, em comunidade numa dinâmica de transmissão de informações intergeracionais, vivemos hoje numa sociedade altamente móvel em que os casais vivem distanciados das suas famílias, sentindo-se sós. Grande parte destes casais não tem experiência de cuidar de uma criança ou a sua convivência foi exígua, fazendo com que a mulher tenha uma maior dificuldade de adaptação à maternidade, o mesmo acontece também ao futuro pai, levando-os a estar plenamente conscientes de que, ter um bebé implica começar a fazer algo que desconhecem totalmente, exigindo assim do casal uma reorganização que requer adaptação a um novo modelo familiar. São frequentes os testemunhos de que em cada dia que o embrião cresce surge, aos futuros pais, uma infinidade de dúvidas e receios: Será que vamos saber cuidar do nosso filho? E se o nosso bebé chorar como é que vamos saber qual a atitude correcta a tomar? Será que vou ter leite? Que atitudes podemos tomar para ajudar o nosso bebé a desenvolver-se da melhor forma? Todas estas dúvidas e inseguranças que muitas vezes assolam os pais, tem um peso enorme para o casal, ao mesmo tempo que surgem estas questões, existe cada vez maior interesse por parte das mulheres/casais por uma procura de informação no que diz respeito à gravidez, transição para a parentalidade e os cuidados a ter com um bebé após o nascimento. Da minha experiência, com jovens pais, constatei no meu serviço, que estes apresentam e/ou sentem um défice de competências para viver o período pós-parto de forma tranquila e equilibrada. Os pais referem sobretudo três grandes dificuldades: 1) no relacionamento do recém-nascido em casa, a nível da identificação das suas necessidades, da amamentação e dos estados de consciência do recém-nascido; 2) na prestação de cuidados de higiene e conforto ao recém-nascido, principalmente no banho e nos cuidados ao coto umbilical; 3) e na prestação de cuidados que visam a segurança e a prevenção de acidentes. Como enfermeira, a exercer funções há dois anos nas Consultas de Pediatria, e após me ter confrontado com todos estes problemas e dúvidas dos pais, nomeadamente antes da primeira consulta médica (habitualmente marcada nos primeiros 15 dias de vida do recém-nascido) considerei pertinente e oportuno, no âmbito do Curso de Mestrado e Pós-Licenciatura em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, a criação de um programa de implementação de uma consulta de enfermagem ao recém-nascido. Debrucei-me assim sobre a promoção dos cuidados antecipatórios realizados pelo enfermeiro que incidem sobre um vasto leque de comportamentos promotores de saúde, correspondentes a um conjunto de focos de atenção relevantes para a Enfermagem1, nomeadamente: Parentalidade/ Adaptação à Parentalidade; Vinculação/Ligação pais-filho; Desenvolvimento Infantil; Amamentação/ Amamentação Exclusiva; Auto-cuidado; Sono e Repouso; Comunicação/ Estimulação e Socialização; Choro; Eructação; Cólicas e Febre. Assim, foram esses focos objecto de atenção do enquadramento teórico que suportou todos os meus estágios assim como a elaboração do projecto referido, tendo como modelo de cuidados de enfermagem o cuidar em parceria à criança e família. Neste sentido, com o objectivo de contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde, ajudando os pais no processo de transição para a parentalidade, foi planeado um percurso, ao longo dos diferentes estágios, para aquisição de competências de natureza científica, técnica, humana e ética, que permitam de forma responsável a realização de intervenções especializadas de carácter autónomo e interdependente. O caminho por mim percorrido ao longo de todo o curso foi norteado por dois grandes pilares: o desenvolvimento de competências de enfermeiro especialista em saúde infantil e pediatria e o desenvolvimento de competências para a implementação de uma consulta de enfermagem aos pais e recém-nascido. Este caminho para a aquisição de competências só se tornou exequível através da experiência dos diversos contextos da prática clínica, em que foi possível através da prestação de cuidados a observação de situações significativas, que me levaram analisar e reflectir, através da mobilização da evidência recente e do aprofundamento de conceitos e que sem dúvida as aprendizagens desenvolvidas ao longo dos estágios realizados contribuíram para o alcance dos objectivos propostos.application/pdfporConsulta de enfermagemRecém-nascidoParentalidadeVinculaçãoAmamentaçãoDesenvolvimento infantilPara um percurso de desenvolvimento de competências do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde infantil e pediatriaum projecto de uma consulta de enfermagem ao recém-nascidomaster thesis