Fernandes, RitaCarapeta, David Calquinhas2019-01-212019-01-212019-01http://hdl.handle.net/10400.26/25735Relatório do Projeto de Investigação apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Fisioterapia, área de especialização em Fisioterapia em Condições Músculo-EsqueléticasIntrodução: As lesões no joelho são bastante comuns, correspondendo a aproximadamente 42% de todas as condições musculo-esqueléticas dos utentes que recorrem à Fisioterapia (Taunton et al., 2002), sendo que 16 a 25% são diagnosticados como SPF (Devereaux & Lachmann, 1984; Taunton et al., 2002). Crê-se, entre outros factores, que a alteração da atividade muscular entre o músculo vasto interno oblíquo (VIO) e o vasto externo (VE) possa estar na etiologia do SPF (Nakagawa, Moriya, MacIel & Serrão, 2012; Petersen et al., 2014). Por outro lado, uma nova corrente de estudo concluiu que existem fenómenos de hiperalgesia primária e secundária nestes utentes (Rathleff et al., 2013). Estes fenómenos foram relatados também com a diminuição do limiar de dor à pressão na região patelar (Rathleff et al., 2013). Objetivo: 1) Comparar a intensidade de atividade muscular do VIO, VE e Reto Anterior (RA) durante a realização de uma atividade funcional, entre o grupo SPF e assintomático; 2) Comparar os limiares de deteção térmica e os limiares dolorosos térmicos e mecânicos entre o grupo SPF e assintomático, antes e após a realização da atividade funcional Metodologia: Foi realizado um estudo de caso-controlo, com uma amostra não probabilística de 14 participantes, sendo divididos em grupo SPF (n=7) e grupo assintomático (N=7), de acordo com os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. Todos os participantes foram instruídos a preencher um questionário de caracterização socio-demográfica e a escala KOOS, após a qual realizaram uma avaliação do perfil somatossensorial, a avaliação da intensidade da atividade muscular do VIO e do VE e novamente uma avaliação do perfil somatossensorial. Os participantes foram avaliados por um investigador externo ao estudo. Resultados: Os resultados obtidos demostram que não existem diferenças estatisticamente significativas entre o perfil somatossensorial do grupo sintomático e o grupo assintomático (p>0,05). No que diz respeito à intensidade da atividade muscular, não se verificaram diferenças na intensidade da contração muscular do VIO (p=0,710), VL (p=0,128) e RA (p=0.383) entre os grupos. Registaram-se diferenças do perfil somatossensorial após a realização da atividade ‘step down’, registou-se uma diminuição significativa do PPT avaliado no epicôndilo contra-lateral (p=0,048) e um aumento significativo do CDT avaliado no epicôndilo contra-lateral (p=0,005) e do HPT avaliado na rótula (p=0.019) e no retináculo externo (p=0,048). Discussão e Conclusão: Os resultados relativos à intensidade da atividade muscular vão de encontro à literatura (Powers, Landel & Perry, 1996). No que diz respeito ao perfil somatossensorial, não se verificaram diferenças entre os grupos antes da realização da tarefa “step down”, apenas após a realização da mesma. Estes resultados foram parcialmente de encontro à literatura (Jensen, Kvale & Baerheim, 2007; Rathleff, et al., 2013; Noehren, et al., 2016). O presente estudo adiciona a esta informação, os dados relativos à diminuição do HPT, realçando e confirmando assim a corrente de investigação que afirma que o SPF apresenta uma componente neuropática e não apenas biomecânica.Introduction: Knee injuries are very common, matching approximately 42% of all musculoskeletal injuries that lead patients to physiotherapy (Taunton, et al., 2002) and 16 to 25% of them are diagnosed as patellofemoral pain syndrome (PFPS) (Devereaux & Lachmann, 1984; Taunton, et al., 2002). It is a common belief that, between other factors, the disturbed muscular activity between vastus medialis obliquos (VMO) and vastus medialis (VM) may be in PFPS etiology (Nakagawa, Moriya, Maclet & Serrão, 2012; Petersen, et al., 2014). In other side, a new investigation tendency concluded that there is a primary and secondary hyperalgesia phenomenon in these patients (Rathleff, et al., 2013), because of high pain levels endured for long periods of time. This phenomenon was also described as a decreased pain pressure threshold in the patellar region (Rathleff, et al., 2013). Aim: 1) To compare VMO and VM muscular intensity during the step down task, between PFPS and asymptomatic groups; 2) To compare thermic detection threshold, thermic and pressure painful threshold between PFPS group and asymptomatic groups, before and after the step down task. Methods: A case-control study was conducted, using a non-probabilistic sample of 14 participants, divided in PFPS group (n=7) and asymptomatic group (n=7). All participants were instructed to fill in a sociodemographic and the KOOS scale. After that, the participants realized a somatosensory evaluation, a muscular intensity evaluation of vastus medialis obliquos and vastus lateralis and another somatosensory evaluation. All measurements were done by an external and blind collaborator. Results: The results show no statistically significant differences between the somatosensory profile of the symptomatic and the asymptomatic group (p>0,05). Regarding the intensity of muscle contraction, there were no differences in VMO’s muscular intensity (p=0,710), VL’s (p=0,128) and Rectus Femoralis (RF) (p=0.383) between groups. Regarding the differences in somatosensory profile after the ‘step down task’, there was a significant decrease in PPT assessed in the contralateral epicondyle (p=0,048) and a significant increase in the CDT assessed in the contralateral epicondyle (p=0,005) and HPT assessed on the patella (p=0.019) and on the external retinaculum (p=0,048). Discussion and Conclusion: The muscular activity results follow the current literature (Powers, Landel & Perry, 1996). Regarding the somatosensory profile, we didn’t verify any differences between groups before the step down task. Only after this task were found differences in the somatosensory profile. These results agree partially with the current literature, as several authors affirm the decreased in PPT and in CDT of PFPS (Jensen, Kvale, Baerheim, 2007; Rathleff, et al., 2013; Noehren, et al., 2016). The present study adds to this information, data on the HPT decrease, thus enhancing and confirming the current investigation that states that PFPS has a neuropathic component and not just biomechanics.porperfil somatossensorialcontrolo motorsíndrome patelofemoralsomatosensory profilemotor controlpatellofemoral pain syndromeEstudo do perfil somatossensorial e do controlo motor de indivíduos assintomáticos e com Síndrome Patelofemoral, na atividade de “descer um degrau”master thesis202169278