Cutileiro, José2011-10-212011-10-2120000870-757Xhttp://hdl.handle.net/10400.26/1474Não houve propriamente uma posição portuguesa em relação aos conflitos na ex-Jugoslávia e na Bósnia, mas sim obrigações que resultavam da circunstância de o país ter presidido às Comunidades Europeias durante o primeiro semestre de 1992. De todo o modo, o contributo de Portugal para a tentativa de gestão europeia de crise jugoslava dá nota do seu cometimento com as responsabilidades próprias da função que desempenhava e testemunha igualmente o seu entendimento de que, na sequência do reconhecimento da Croácia, era imperioso encontrar para a Bósnia uma solução política que pudesse ser aceite por muçulmanos, sérvios e croatas. Era essencial encontrar rapidamente um novo arranjo constitucional, mas dificuldades de entendimento entre americanos e europeus, e sobretudo a pusilanimidade revelada pelos últimos, fizeram arrastar o consenso mínimo por três anos, até aos acordos de Dayton. Entretanto, as partes habituaram-se a renegar, violar ou desrespeitar os frágeis acordos a que se ia chegando, num quadro marcado pelas repetidas interferências americanas num assunto pelo qual haviam oficialmente manifestado o seu alheamento, e que só seria apaziguado em Dayton. A Bósnia-Herzegovina pôs mais uma vez em evidência a necessidade de a Europa reforçar a sua presença na gestão das crises que ecludam na sua área de influência, tornando-se igualmente indispensável evitar, no relacionamento transatlântico, a repetição dos mal entendimentos que tanto dificultaram a conduta da crise jugoslava.porGestão de crisesBósniaPortugalBósnia-Herzegovina : contribuição portuguesa para uma solução políticajournal article