Pinéu, DanielFleschenberg, Andrea2015-02-032015-02-0320120870-757Xhttp://hdl.handle.net/10400.26/7669As áreas fronteiriças entre o Afeganistão e o Paquistão são uma região complexa que desafia generalizações estáticas e esta-tistas – generalizações que muitas vezes traem os preconceitos deixados pelo período colonial, ou evidenciando o poder de um discurso orientalista ainda vigente, como sejam os discursos essencialistas acerca do tribalismo Pashtun ou a radicalização islamista. Este artigo argumenta que qualquer estudo útil da chamada ‘região Af-Pak’ deve afastar-se destas narrativas estereotípicas, e focar-se ao invés nas estratégias e repertórios (ou práticas) dos actores locais, como exemplos de mobilização transnacional que transcende tanto as instituições formais do Estado, como as restrições legais da Linha Durand. Adicionalmente, a lista de actores a estudar – sobretudo para os interessados em desenvolver recomendações para o desenvolvimento de políticas concretas – deverá ir além dos ‘militantes tribais’. Ao invés, uma tal lista deverá incluir diversos movimentos e redes sócio-políticas, e examinar como se relacionam entre si, por exemplo formando coligações transnacionais. O estudo competente desta região fronteiriça deverá ainda prestar atenção às estratégias destes actores locais em relação ao espaço transnacional e transfronteiriço (espaço social bem como geográfico) no qual a sua mobilização se produz, como por exemplo nos casos dos refugiados, deslocados internos, ou diásporas (incluindo as comunidades étnicas espalhadas pela região). O artigo propõe que o caminho a seguir passa por adoptar estratégias de investigação que evitem a subalternização das perspectivas, conhecimento e práticas locais.porRelações internacionaisFronteiraAfeganistãoPaquistãoBorder crossings: the politics of transnationality in the Afghanistan-Pakistan frontier regionjournal article