Rodrigues, Eloy2020-12-222020-12-222020http://hdl.handle.net/10400.26/34437Tal como já tinha acontecido em emergências sanitárias passadas, como as relacionadas com o Ébola ou a Zika, a pandemia do COVID-19 teve um grande impacto na investigação científica, em particular nas ciências biomédicas, e sobretudo na forma como se comunicam e partilham os resultados de investigação. Para além de uma grande concentração de esforços no estudo do vírus SARS-CoV-2, da doença COVID-19 e na investigação do seu tratamento e prevenção, a pandemia resultou também na adoção e generalização de práticas e ferramentas de ciência aberta, como a partilha de dados, a publicação de preprints e o acesso aberto às publicações. Esta reação à pandemia comprova, mais uma vez, o que os defensores da ciência aberta tem vindo a repetir, com um sucesso limitado, há cerca de duas décadas: a investigação realizada de modo aberto, colaborativo e transparente, facilitando a partilha e a comunicação dos processos e resultados (dados, publicações e outros), é a forma mais eficiente de promover o avanço da ciência e a geração de novo conhecimento, maximizando o retorno do investimento que as nossas sociedades realizam no sistema científico. Nesta apresentação descrever-se-á e analisar-se-á o impacto da COVID-19 na investigação e na comunicação da ciência na área biomédica, em especial na adoção de práticas de acesso aberto e ciência aberta. E pretende-se ainda questionar se esse impacto será essencialmente conjuntural ou se as transformações que se verificaram no último ano sobreviverão à pandemia. Será que na área da saúde, como em outras áreas de investigação, os artigos relevantes vão voltar a estar novamente apenas disponíveis mediante pagamento ou novos artigos apenas possam apenas ser publicados com o pagamento de taxas de publicação de milhares de euros?porA COVID-19 e a emergência da ciência aberta em saúdeconference object