Magalhães , Flávio Ivo Riedlinger deQuintinha , Rui André AlmeidaMatias, Rodrigo de Jesus Meireles2025-11-142025-11-142025-06-02http://hdl.handle.net/10400.26/59788A presente dissertação analisa os desafios e as estratégias associadas à adoção de veículos elétricos na Guarda Nacional Republicana, com foco na resistência organizacional à mudança e na viabilidade operacional da integração destes veículos na instituição. A investigação parte da crescente exigência da União Europeia relativamente à descarbonização do setor dos transportes, expressa em regulamentos como o Regulamento da EU 2023/851 e o Regulamento UE 2024/1257, que reforçam a transição para tecnologias de mobilidade sustentável. Neste contexto, a Guarda Nacional Republicana, enquanto força de segurança de natureza militar e com significativa representação na frota automóvel do Estado, é chamada a adaptar-se a estas exigências, enfrentando obstáculos específicos decorrentes da sua cultura organizacional e missão operacional característica. Com base numa abordagem quantitativa e descritiva, foi aplicado um questionário aos militares de três Comandos Territoriais, Aveiro, Lisboa e Santarém, selecionados por apresentarem o maior número de veículos elétricos na frota. A análise de dados incluiu estatísticas descritivas e uma Análise Fatorial Exploratória, que permitiu identificar dimensões latentes nas perceções dos inquiridos. Os resultados revelam que a resistência à mudança na Guarda Nacional Republicana resulta de uma combinação de fatores individuais (aversão ao risco, apego à rotina), organizacionais (falta de envolvimento nas decisões, perceção de injustiça) e culturais (estrutura hierárquica rígida e conservadora). Do ponto de vista operacional, os militares reconhecem benefícios ambientais e económicos nos veículos elétricos, mas manifestam reservas quanto à sua aplicabilidade em patrulhas extensas, situações imprevistas ou missões que exijam autonomia prolongada. A análise das perceções aponta ainda para a importância da formação técnica e da comunicação interna como instrumentos essenciais na mitigação da resistência, com mais de 80% dos inquiridos a destacar a relevância destes fatores. O envolvimento direto dos militares nos processos de decisão foi também valorizado como condição para uma transição bem sucedida. Conclui-se que a adoção dos veículos elétricos na Guarda Nacional Republicana é viável, do ponto de vista da resistência à mudança, desde que sustentada numa estratégia de gestão da mudança centrada no fator humano, que promova a inclusão, o esclarecimento e a adaptação gradual. A investigação recomenda o reforço da formação, o investimento em comunicação institucional eficaz e o envolvimento ativo dos efetivos como pilares para o sucesso da transição energética na Guarda Nacional Republicana. Por fim, são sugeridas iii futuras investigações com amostras mais abrangentes e métodos complementares de natureza qualitativa, bem como análises comparativas com outras forças de segurança nacionais e internacionais.porDesafios da Implementação de Veículos Elétricos na GNRDesafios da Implementação de Veículos Elétricos na GNR: Resistência Organizacional à Mudança e Estratégias de Adaptaçãomaster thesis204008174