Martinho, Maria JúliaBarbosa, Ana Martins2020-02-052021-02-062019http://hdl.handle.net/10400.26/31242prevalência elevada, nos obstáculos de acesso a cuidados de saúde mental por parte de pessoas com doenças mentais graves, e na dificuldade de os doentes beneficiarem dos modelos de intervenção, estabelecidos em programas de tratamento e reabilitação psicossocial. Assim sendo, embora exista uma aprimorada legislação em saúde mental, a rede de serviços depara-se com a dificuldade de atingir um alcance mais efetivo, amplo e duradouro das suas intervenções. Diante de tal situação, a recaída em psiquiatria surge como uma nova modalidade de institucionalização, que não corresponde às propostas da atual política de saúde mental. Como tal, este estudo tem como objetivos identificar sinais/sintomas associados à recaída a partir da ótica dos doentes readmitidos num hospital psiquiátrico; analisar as fragilidades associadas à recaída; descrever o nível de associação entre os fatores associados à recaída e as variáveis sociodemográficas e investigar se o processo de recaída tem correlação com o diagnóstico clínico do doente. Para a colheita dos dados, foi aplicado um questionário elaborado especificamente para o efeito, no âmbito do projeto "REFAMIS - Representações, Famílias e Modelos de Intervenção em Saúde", com objetivo de recolher informação geral relativa a variáveis sociodemográficas, antecedentes psiquiátricos, hospitalizações anteriores e a história relativa ao episódio de recaída atual. Os dados foram recolhidos num hospital psiquiátrico do Norte de Portugal. A amostra não probabilística por conveniência, constituiu-se por 30 doentes que reuniam os critérios para a investigação no período do estudo. Na amostra estudada, a recaída em psiquiatria correspondeu na sua maioria, a homens com uma idade média de 43 anos, solteiros, com baixo nível de instrução, desempregados ou reformados. No que concerne à taxa de recaída, verificaram-se nos 30 dias após a data da alta uma taxa de reinternamento de 6,7% e num ano após a mesma verificou-se uma taxa de readmissão de 60%. A partir da análise dos dados, nota-se uma combinação de motivos que estão na base para a recaída em saúde mental: ausência de apoio familiar desejável, inexistência de trabalho, falta de redes de apoio ou de laços sociais, insuficiência dos serviços extra-hospitalares e a ineficiência da assistência que resultam na não adesão ao tratamento, incluindo o medicamentoso. Esse cenário favorece o isolamento social e contribui para que, em alguns casos, o hospital seja o recurso mais utilizado pelo doente. Assim sendo, a recaída psiquiátrica reflete a influência conjunta de fatores clínicos e fatores contextuais pelo que é difícil avaliar todos os possíveis elementos de risco ou proteção. Algumas variáveis podem não demonstrar significância estatística devido ao baixo número de doentes admitidos no estudo, no entanto, os resultados sugerem que empoderar os doentes a reconhecer os primeiros sintomas de um episódio de um problema de saúde recorrente, para que possam procurar tratamento precoce e limitar os danos, é uma estratégia de prevenção secundária bem estabelecida para distúrbios no âmbito da saúde mental.porSaúde mentalAvaliação em saúdeRecaída em psiquiatriaFatores associados à recaída no contexto da psiquiatria: ótica do doenteFactors associated with relapse in the context of psychiatry: Patient opticsmaster thesis202384527