Leite, Francisco Guilherme2016-04-052016-04-0520162016http://hdl.handle.net/10400.26/12878Definir e operacionalizar estratégias de promoção da qualidade de cuidados de enfermagem, a partir de informação válida, é um eixo fundamental nas políticas de gestão e governo dos serviços de saúde. Os contributos dos SIE para estas estratégias podem ser entendidos como um dos planos em que, de acordo com DeLone e McLean (2003), pode ser avaliado o sucesso dos Sistemas de Informação. A investigação aqui relatada situa-se no domínio da gestão da informação em enfermagem e visa, sobretudo, a rentabilização dos dados documentados nos SIE, tendo em vista a melhoria dos processos de gestão e governação dos serviços. Material e Métodos: Foi realizada uma investigação de tipo exploratório e descritivo, em duas fases. A primeira, com recurso a “Focus group”, orientada para a construção de consensos em torno de um painel de indicadores entendidos como úteis, pelos enfermeiros gestores, para uma Unidade Autónoma de Gestão (UAG) de Medicina, de um Hospital do Grande Porto. A partir da análise documental, na segunda fase do estudo, procedeu-se à exploração do potencial de produção do painel de indicadores consensualizado, a partir da documentação de enfermagem disponível nos Sistemas de Informação de Enfermagem (SIE) em uso na UAG, tomando por amostra 114 episódios de internamento do ano 2012. Resultados: O painel de indicadores consensualizado centra-se na “medição” da intensidade dos cuidados de enfermagem, assim como em métricas orientadas para os ganhos em capacidade de desempenho no autocuidado (ICN, 2013) e na prevenção de complicações. Verificou-se que a parametrização em uso permitia a produção automatizada da larga maioria dos indicadores “desejados”. Os indicadores calculados evidenciam uma grande intensidade dos cuidados de enfermagem, substanciada no elevado número de doentes dependentes nos diferentes domínios do autocuidado. A incipiente documentação de intervenções de enfermagem, inviabiliza o cálculo de muitos dos indicadores de processo definidos na primeira fase da investigação. No que se refere aos ganhos em capacidade de desempenho nos autocuidados, a “quase ausência” de intervenções documentadas limitou o seu cálculo nos termos formulados. No domínio da prevenção de complicações, aquilo que os indicadores indicam são taxas de efetividade na prevenção de complicações bastante aceitáveis. A melhoria da efetividade no diagnóstico dos fenómenos de risco daquelas complicações é, por sua vez, algo em que devem apostar. Conclusões: Os enfermeiros gestores priorizam como indicadores mais necessários aqueles que radicam em métricas tradutoras da “intensidade da carga de trabalho dos enfermeiros” e na “prevenção de complicações”. O SIE em uso – SClinico® - viabiliza a produção automatizada de grande parte dos indicadores identificados como prioritários. Existe, à escala do contexto estudado, um claro fenómeno de “subdocumentação” de intervenções autónomas de enfermagemporSistemas de informaçãoEnfermagemSistemas de informação em enfermagem : contributos para a definição de um painel de indicadores do exercício profissional dos enfermeiros num departamento de medicinamaster thesis201116634