Borges, ElisabeteMarques, Patrícia dos Santos2020-04-022020-04-022020-02http://hdl.handle.net/10400.26/31951A prestação de cuidados de saúde que garantam a qualidade do exercício profissional e a segurança dos clientes constitui o enfoque e essência da profissão de Enfermagem. Pela relevância que os enfermeiros assumem nos serviços de saúde e sociedade, perpetua o interesse crescente pelo estudo das suas condições laborais, bem como dos fatores de proteção e de risco para a sua saúde e do seu bem-estar psicológico. Os enfermeiros em contexto hospitalar, no exercício das suas funções, estão diariamente expostos a fatores de stress com reconhecido potencial traumático e impacto negativo a nível profissional e pessoal, apresentando risco acrescido de desenvolver problemas de saúde ocupacional, nomeadamente burnout e trauma psicológico decorrente do exercício da sua prática. O presente trabalho está integrado no projeto "INT-SO - Dos contextos de trabalho à saúde ocupacional dos profissionais de enfermagem, um estudo comparativo entre Portugal, Brasil e Espanha" e pretende identificar o nível de burnout e trauma psicológico dos enfermeiros que desempenham funções em contexto hospitalar e analisar a sua associação em função de variáveis sociodemográficas e profissionais. Atendendo à problemática, desenvolvemos um estudo quantitativo, descritivo, correlacional e transversal, com 161 enfermeiros dos Serviços de Urgência, Medicina, Cirurgia, Unidade de Cuidados Intermédios e de Cuidados Intensivos, de um Centro Hospitalar do Norte de Portugal, selecionados através de técnica de amostragem não probabilística e amostra de conveniência. Aplicamos um questionário sociodemográfico, socioprofissional, o Oldenburg Burnout Inventory (Halbesleben & Demerouti, 2005; Campos, Carlotto, & Marôco, 2012) e a Impact Traumatic Scale Revised (Weiss & Marmar, 1997; Matos, Pinto-Gouveia, & Martins, 2011). Para a análise dos dados, recorreu-se à estatística descritiva e inferencial. Verificou-se que existe uma relação positiva e estatisticamente significativa entre burnout e trauma psicológico. Os enfermeiros apresentam níveis médios de burnout, apresentando média de exaustão ligeiramente superior ao desinvestimento. Da amostra, 99,4% vivenciou pelo menos um incidente que marcou o seu percurso profissional, tendo 52,2% dos incidentes referidos ocorrido há mais de 12 meses, e 23% demonstrou prevalência de trauma psicológico. Os participantes mais velhos, com maior experiência profissional, maior antiguidade no serviço e com contrato definitivo apresentaram níveis superiores de burnout, enquanto os com turno fixo apresentaram níveis superiores de trauma psicológico. A prestação de cuidados de enfermagem não pode estar dissociada da avaliação dos riscos psicossociais associados ao seu contexto laboral, de forma a prevenir o burnout e o trauma psicológico nos enfermeiros. Assim, a pesquisa e a compreensão destes fenómenos realçam a importância do aumento diligente da contextualização destas problemáticas, fomentando a importância do desenvolvimento de estratégias de promoção de saúde ocupacional, já que ambientes de trabalho saudáveis, propagam prestação de serviços de qualidade.porBurnoutTrauma PsicológicoSaúde OcupacionalEnfermeirosBurnout e trauma psicológico em enfermeiros em contexto hospitalarmaster thesis202466779