Carvalho, José CarlosCoelho, Joana Catarina Ferreira2016-01-082016-01-082015http://hdl.handle.net/10400.26/10741A esquizofrenia caracteriza-se por uma diversidade de sintomas, que abrangem o funcionamento psíquico humano, desde o pensamento ao comportamento. Diz respeito a uma síndrome heterogénea que afeta um grande conjunto de capacidades do individuo, tal como a linguagem, perceção, afeto e a vontade. O autocuidado é uma área central nos cuidados de Enfermagem sendo muitas vezes negligenciado nos indivíduos com esquizofrenia. De acordo com Dorothea Orem, as alterações no autocuidado surgem por situações associadas ao estado de saúde, quando o individuo deixa de ter capacidade para gerir todas as ações necessárias para satisfazer a suas necessidades. A intervenção autónoma de Enfermagem é relevante no foco de atenção autocuidado, pelo que, os profissionais necessitam de instrumentos capazes de avaliar esta dimensão junto da pessoa com esquizofrenia, por forma, a facilitar o processo de Enfermagem, e a identificação de diagnósticos, para que o planeamento dos cuidados seja o mais individualizado e personalizado possível. Não se conhecem instrumentos de avaliação do autocuidado validados e adequados às necessidades da pessoa com esquizofrenia em Portugal, pelo que, pareceu pertinente levar a cabo este estudo. Tem como objetivo principal a validação de um instrumento psicométrico, com base na teoria do autocuidado de Dorothea Orem, para a pessoa com esquizofrenia. Para que este fosse concretizável foi efetuada a tradução, adaptação e validação do instrumento para a população portuguesa. A caraterização sociodemográfica e clínica da amostra, enquadra-se nos objetivos específicos do estudo. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal. O método de amostragem utilizado foi não probabilístico, com uma amostra de 165 indivíduos com diagnóstico clínico de esquizofrenia, em regime de internamento psiquiátrico, em diferentes instituições do país. Na recolha de dados foi utilizado um questionário: a primeira parte centrada na colheita de dados sociodemográficos e clínicos, e a segunda constituídapelos instrumentos psicométricos ERA-h, e os Índices e Barthel e Lawton & Brody. Todos os princípios éticos foram respeitados. Os procedimentos utilizados para obtenção dos resultados tiveram por base os utilizados pelo autor original da ERA-h. Os resultados apontam para uma fidelidade, com um alfa de Cronbach total igual a 0,90 e estabilidade com valores entre 0,97 e 0,99, na prova testereteste. Na validade de critério encontram-se associações positivas em relação ao Índice e Lawton & Brody, e negativas face ao Índice de Barthel. E a consistência interna total é de 0,87 para todos os domínios do instrumento. Estes resultados assemelham-se aos obtidos pelo autor. As propriedades psicométricas da ERA-h, aplicada a uma amostra de indivíduos com esquizofrenia em diferentes instituições de saúde do país, mostra que a versão portuguesa da ERA-h é um instrumento válido e fiável para avaliar o autocuidado. Para além disso, mostra-se um instrumento de fácil e rápida aplicação, sendo vantajoso para a avaliação diagnóstica no âmbito do autocuidado.porEsquizofreniaAutocuidadoEsquizofrenia e autocuidado: validação para a população portuguesa da escala de requisitos de autocuidado (ERA-h)master thesis201015811201015811